Texto Sekreta Magazine | Fotos Nico Martinez/52 SUPER SERIES
Cascais volta a ser palco de um dos mais prestigiados campeonatos de vela do mundo, o Rolex TP52 World Championship. O vento forte e as ondas desafiadoras que caracterizam a costa cascalense prometem uma semana de competição ao mais alto nível, com as melhores equipas internacionais a desafiar os limites — e com um herói da casa a inspirar o público.
No centro das atenções está Álvaro Marinho, o velejador que cresceu e fez carreira nas águas de Cascais, e que agora regressa como figura maior da equipa Alkedo (#36). Depois de um impressionante terceiro lugar em Baiona, na Royal Cup da Galiza — apenas na sua segunda participação na 52 SUPER SERIES — a equipa liderada por Andrea Lacorte chega a Cascais com humildade, mas com ambição. E Marinho é, sem dúvida, o trunfo local.

A equipa Alkedo, oficialmente designada como Alkedo powered by Vitamina, é uma das novidades mais aguardadas da 52 SUPER SERIES em 2025. Esta formação italiana, liderada pelo fundador e timoneiro Andrea Lacorte, compete com um TP52 desenhado pela Botin, que anteriormente navegou como Interlodge e, antes disso, como Azzurra — um barco com historial de vitórias na própria série.
“É um enorme orgulho correr em casa”, partilha Marinho, com um sorriso que revela tanto emoção como responsabilidade. “Comecei aqui a minha carreira, tenho muitos amigos e memórias nestas águas. Cascais é um lugar especial para a vela, sobretudo desde 2007, quando recebemos o ISAF Sailing World Championships.” Para o velejador olímpico, esta é a maior prova desde então — e a oportunidade de, finalmente, conquistar o pódio em casa.
O projeto Alkedo destaca-se pelo equilíbrio entre juventude competitiva e experiência internacional. O tático é o neozelandês Cameron Appleton, um dos mais respeitados da vela mundial, enquanto a estratégia está a cargo de Álvaro Marinho, figura de referência em Cascais e no panorama nacional.
Os treinos oficiais não deixaram dúvidas: Cascais vai testar a perícia de todos. Com ventos a superar os 25 nós e ondas robustas, as onze equipas de nove países já sentiram a força do Atlântico. “É incrível estar aqui a competir nestas condições”, diz Marinho. “O vento forte é um desafio para todos, mas também é o que faz de Cascais um palco único.”
Platoon Aviation: Rumo ao quarto título mundial.

Se há uma equipa a ser observada, é a Platoon Aviation, de Harm Müller-Spreer. Com três títulos mundiais conquistados (2017, 2019 e 2023), a equipa alemã mostrou-se em grande forma nos treinos, liderando a primeira regata de preparação e terminando em segundo na seguinte. O objetivo é claro: conquistar o quarto título, agora em águas atlânticas e ventos mais exigentes do que os das edições mediterrânicas.
O navegador Jules Salter resume: “Com mais de 25 nós, tudo pode acontecer. É preciso manter tudo limpo, rápido e seguro. Cascais é um campo de regatas fantástico, mas implacável para quem comete erros.”
Entre os favoritos estão ainda os atuais campeões, Gladiator, que procuram defender o título, e a Sled, vencedora em 2021, que conhece bem as exigências das brisas fortes. Já a Quantum Racing, com uma tripulação renovada e mais jovem, aposta na aprendizagem rápida e na coesão para surpreender.
As condições meteorológicas previstas e a qualidade dos competidores em prova são a certeza de um espetáculo ímpar — e as regatas serão transmitidas em direto, levando o nome de Cascais além-fronteiras.