A Procissão saiu à rua em honra de Santo António
Dia 13 de Junho, Dia de Santo António e feriado municipal em Cascais, o Santo Padroeiro desceu à rua, montado na sua mula branca e escoltado por soldados fardados à moda da época (séc. XIX). Dezenas de figurantes trajados a rigor e simbolizando as classes sociais de antigamente, acompanharam o cortejo religioso pelas ruas mais icónicas da Vila de Cascais. Depois da fanfarra dos Bombeiros de Alcabideche e da tradicional Banda Filarmónica, seguiu a população com fé e emoção.

A Procissão em Honra de Santo António é património imaterial do concelho e encerra uma tradição que faz parte da identidade da comunidade cascalense desde meados do século XX.
Um pouco de História…
A procissão cascalense em honra de S. António nasceu em 1959, por iniciativa de Joaquim Miguel de Serra e Moura, presidente da Junta de Turismo da Costa do Sol. Santo António era o orago da paróquia do Estoril, na Cidadela de Cascais venerava-se uma imagem de grande tradição e, por conseguinte, tínhamos aí ingredientes para uma celebração religiosa rodeada de pompa, suscetível de ser proveitosa para o turismo da região.
Far-se-ia, pois, cortejo alegórico da Cidadela até à igreja de Santo António; o santo passaria aí a noite e regressaria no dia seguinte. E a alegoria estava ligada ao facto de, na batalha do Buçaco, por ocasião da 3ª invasão francesa, a 27 de setembro de 1810, quando, no duro da refrega, parecia que tudo estava já perdido, «de repente, vê-se descer do alto montanhoso, como que impelido por uma força gigantesca e admirável, um regimento de infantaria. É o bravo 19. Carrega sobre os invasores duma forma extraordinária. […] E quem era o soldado misterioso que, à frente do 19, carrega sobre os Franceses? Santo António!»

Descrição entusiasmada de Ataíde de Oliveira, que Ferreira da Andrade transcreveu no seu Cascais Vila da Corte.
O citado 19 era o Regimento de Infantaria nº 19, aquartelado em Cascais, em cuja capela de Nossa Senhora da Vitória a imagem do Santo se venerava. Por isso, no cortejo, o Santo, montado em mula branca, devidamente ajaezada, era escoltado por soldados fardados à moda da época.